UERJ inaugura Parque Botânico e Museu do Meio Ambiente, do Ecomuseu Ilha Grande.


Gelsom Rozentino de Almeida
Coordenador Geral do Ecomuseu Ilha Grande

            Num lugar onde havia dor e violência, agora temos plantas e cultura. Nas ruínas do antigo presídio, em Vila Dois Rios, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ – inaugurou em 12 de novembro dois novos núcleos do Ecomuseu Ilha Grande: o Parque Botânico e o Museu do Meio Ambiente.
            Foi um dia de muita alegria, com mais de uma centena de pessoas, entre autoridades, pesquisadores, estudantes e comunidade, que puderam celebrar juntos essa nova conquista para todos. Essas novas unidades foram erguidas graças aos recursos obtidos principalmente através de financiamento de projetos da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro – FAPERJ – e da própria universidade. Entre as autoridades presentes estavam a Sub Reitora de Extensão e Cultura da UERJ, profa. Regina Henriques, o Diretor do Departamento Cultural, prof. Ricardo Lima, o Coordenador do Ecomuseu, prof. Gelsom Rozentino, o representante da Sub Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa e Diretor do Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável (CEADS), prof. Marcos Bastos, Coordenadora do Parque Botânico, profa. Cátia Callado, Coordenadora do Museu do Meio Ambiente, profa. Thereza Rosso, o Presidente da TurisAngra, Klauber Valente, a Gerente de Projetos da TurisAngra, Amanda Hadama o Superintendente do INEA na Baía de Angra dos Reis, Roberto Felix, representantes do Parque Estadual da Ilha Grande, Frei Luiz e Frei André, Nelson Palma, Editor do Jornal Eco e Marcio Ranauro, Coordenador do Voz Nativa.
O Parque Botânico foi inaugurado com um grande replantio de espécies nativas da região. De acordo com a coordenadora do local, Cátia Callado, foram catalogadas mais de mil espécies de plantas, entre ervas medicinais, orquídeas e bromélias. O Parque, visa identificar, organizar e catalogar espécies vegetais a fim de implantar um acervo de plantas vivas originárias da Ilha Grande. Essa coleção, que está sendo iniciada, ocupará a área do pátio interno do antigo Instituto Penal Cândido Mendes, que está recebendo tratamento paisagístico e técnico-científico para o cultivo de espécies da flora que sejam testemunhos da história local.
O Museu do Meio Ambiente – MuMA – fica na antiga sede da Fazenda Dois Rios, do século XIX, que também foi utilizada como presídio a partir de 1894 – Colônia Correcional de Dois Rios,  onde o escritor Graciliano Ramos esteve preso em 1936. De acordo com a coordenadora do espaço, Thereza Rosso, a intenção é dar continuidade a diversos projetos que vinculem cultura, preservação e inovação. O museu, a partir de exposições e outras atividades socioeducacionais, tem por objetivo divulgar as pesquisas científicas desenvolvidas sobre a Ilha Grande, abordando questões relativas à biodiversidade e ao uso sustentável do meio ambiente.
 O MuMA foi inaugurado com a exposição "Certos Modos de Ser Caiçara", com curadoria de Ricardo Lima, diretor do Departamento Cultural da UERJ. Para a coordenadora do MuMA, Thereza Rosso, a intenção é dar continuidade a diversos projetos que vinculem cultura, preservação e inovação.
            Para a realização dessa exposição, Lima e sua equipe passaram três anos na Ilha Grande, realizando entrevistas, fazendo filmagens e gravando áudios, em pesquisa desenvolvida através de financiamento da FAPERJ. A equipe recebeu doações de objetos de uso pessoal de moradores da ilha. As instalações do museu também passaram por três anos de obras para receber a mostra.
Um dos pontos altos da exposição é a pesca, importante para a sobrevivência da população da Ilha Grande. Na mostra, há uma sala com fotografias e objetos dedicados a essa atividade, mostrando as técnicas utilizadas pelos caiçaras. Uma delas é a pesca de cerco, prática aprendida com os japoneses que, nos anos 1900, migraram para trabalhar nas fábricas de sardinha da ilha. Em outra sala, a foto de um menino brincando com um barquinho está ao lado de uma vitrine de barcos de brinquedo, feitos pelas próprias crianças da Ilha. Outro destaque é para a casa de farinha, em que a atividade é predominantemente feminina. Ali, se mostra todo o processo de fabricação da farinha de mandioca, com a fiel reprodução de um forno à lenha, habitualmente utilizado nessa prática. “Estabelecendo uma comparação entre os principais ofícios femininos e masculinos, podemos perceber que o peixe e a farinha de mandioca se complementam; ninguém se alimenta só de peixe nem só de farinha, o que mostra um certo equilíbrio dos papéis feminino e masculino na sociedade caiçara, estabelecendo, de certa igualdade na importância dos gêneros”, destaca Ricardo Lima.
Passado e futuro também se misturam quando o assunto é a parte puramente lúdica da exposição. Na parte dedicada às brincadeiras infantis, estão as sementes conhecidas como “olho de boi”, utilizadas para jogar coroanha. Há ainda desenhos feitos pelos pequenos habitantes da ilha especialmente para a exposição. Os visitantes poderão conhecer ainda a Árvore da Vida, uma estrutura com garrafas de vidro penduradas dos galhos. Em cada uma das 60 garrafas, foram plantadas diferentes espécies de plantas medicinais utilizadas na região, como assa-peixe e erva-cidreira. Nos troncos, pequenos receituários em forma de folha poderão ser levados como brindes pelos visitantes e usados como marcadores de livros.

            Após as inaugurações foi servido um coquetel reunindo todos os convidados em torno de comidas e bebidas típicas, num belo momento de confraternização. Todos se sentiam como se estivessem em casa. O que é bom. Afinal, o Ecomuseu é a casa de todos na Ilha Grande.
Fotos de Júlia Pereira.









12a. Semana Nacional de Museus - Visitação no Museu do Cárcere

A Semana Nacional de Museus acontece anualmente para comemorar o Dia Internacional de Museus (18 de maio), quando os museus brasileiros, convidados pelo Ibram, desenvolvem uma programação especial em prol dessa data. O tema norteador dos eventos é o proposto pelo Conselho Internacional de Museus (ICOM). Nesse ano, a sua 12ª edição está acontecendo entre os dias 12 e 18 de maio, quando instituições museológicas de todo o país promovem atividades em torno do tema Museus: as coleções criam conexões.
O Museu do Cárcere - ou MuCa, como também é carinhosamente chamado – vem enfrentando com sucesso grandes desafios. É um museu que tem como temática central o universo prisional, mas não é um museu penitenciário. É ainda, ao mesmo tempo, um ecomuseu e um museu universitário. 
Considerando a função social do museu e da universidade, o Museu do Cárcere/Ecomuseu busca se consolidar como espaço que proporciona o encontro de diferentes campos do saber, como ponto de interseção de diferentes disciplinas e grupos de pesquisa, da graduação e da pós-graduação, intermediando saberes acadêmicos e os produzidos pela comunidade, promover o estudo e a elucidação de problemas relativos a temas relevantes e estratégicos para o desenvolvimento da cidadania e dos direitos humanos, de forma a contribuir de maneira efetiva para o campo científico e social. Assim, na interação e integração de saberes, sujeitos e interesses, investe-se no poder transformador do conhecimento e de suas próprias formas de produção, possibilitando a realização de uma “ecologia de saberes”. 
Umas das missões centrais dos museus é democratizar o acesso da população aos bens culturais, democratizar a produção cultural e ampliar o consumo cultura. De forma crescente os museus tem sido reconhecidos como um ator de desenvolvimento económico e social no nível local, através da oferta de serviços de atividades culturais, integradas a reflexão sobre a comunidade e pela comunidade.As exposições constituem um instrumento-chave para permitir o acesso público aos acervos de museus. Podem ser inovadoras, inspiradoras e conduzir o visitante à reflexão, proporcionando ótimos momentos de prazer e aprendizagem. No entanto, é necessário um cuidadoso planejamento, incluindo a questão dos custos envolvidos, para que a exposição seja um sucesso. É fundamental pensarmos inicialmente na função de cada exposição, no que queremos mostrar ao público, tempo de exposição (longo ou curto), as tecnologías, como isso será feito, o tema, público-alvo, ou seja, é prioritário o estabelecimento de nossos objetivos e métodos para a definição da plataforma apropriada.
O visitante preparado terá a possibilidade de realizar uma leitura crítica e questionadora sobre a instituição visitada, pois o museu não apresenta apenas os objetos, mas o trabalho das inter-relações dos homens com seu meio e com o fato cultural, num espaço tempo histórico determinado, sendo assim um agente de ação cultural e educativa. Não se trata de uma simples ação de apresentação de objetos em uma exposição, mas sim, desenvolver o material trabalhado como fonte de informação. A cultura material não é apenas um objeto dentro de um cenário, e sim um artefato dentro da interação social, produzindo conhecimento.
O MuCa possui atualmente 5 galerias ocupadas com mostras que objetivam uma integração efetiva entre os diferentes saberes da universidade e da comunidade, a saber: 100 anos de presídios na Ilha Grande - apresenta um panorama dos cem anos (1894-1994) de história das instituições carcerárias na Ilha Grande que se dividide em três tempos: o primeiro trata da Colônia Correcional de Dois Rios que, durante as primeiras décadas republicanas, confinou uma população indesejável sobre o pretexto de regenerá-la; o segundo aborda o funcionamento das colônias agrícolas criadas durante o Estado Novo (1937-1945) e o terceiro se refere à criação e à destruição do Instituto Penal Candido Mendes, penitenciária de segurança máxima. Sistema penitenciário do Rio de Janeiro: ontem e hoje - busca contribuir para uma visão sobre a construção e o funcionamento de várias unidades penais e hospitalares que integram a estrutura do sistema penitenciário brasileiro ao longo da história. Nela são apresentados registros fotográficos que retratam passagens da história e do cotidiano das prisões. Contribuindo para a compreensão desse universo complexo e perpassado por sentimentos contraditórios dos internos, dos funcionários e da sociedade, a exposição se divide em eixos temáticos: Trabalho, Família, Sociabilidade, Vida na prisão e Infraestrutura do sistema; Comida e Cárcere- instalada no prédio onde funcionava a padaria do presídio – a mostra apresenta, em três módulos: Aquisição, Preparo e Consumo, a rotina alimentar na penitenciária da Vila Dois Rios até sua desativação; Arte e ciência das formas e padrões da natureza: exposição fotográfica que tras para dentro dos muros do antigo presídio, um pouco da exuberância da flora e da fauna de um dos mais ricos ecossistemas das Américas, a Mata Atlântica circundante; Ecomuseu Recicla: resultado de um projeto de aproveitamento de residuos sólidos, em desenvolvimento com a comunidade de Dois Rios, a exposição apresenta trabalhos em lata, madeira, pet, principalmente flores, peixes e borboletas, móveis e bonecas de retalhos de tecido, confeccionados por artesãos locais. 
O museu é uma instituição viva, dinâmica. As suas exposições não devem ser estáticas ou reproduzir um ambiente de um antiquário. Devem cumprir com a sua missão de forma a provocar no público mais do que uma “visita”, uma curiosidade, uma busca de produção de conhecimento a partir da interação com o seu conteúdo.











Está no ar a nova página do Ecomuseu Ilha Grande da UERJ

Está no ar a nova página do Ecomuseu Ilha Grande da UERJ, com muitas novidades e informações sobre o Ecomuseu e seus núcleos - Museu do Cárcere, Museu do Meio Ambiente, Parque Botânico e Centro Multimídia.
Para acessar, segue o link:
http://ecomuseuilhagrande.eco.br/principal

Podem ser acessados os projetos, ações, concursos, acervo de imagens e vídeos.
http://ecomuseuilhagrande.eco.br/acervo

Escola de Educação Máxima. Poesia, História, Cinema, Literatura, Filosofia e Sociologia. Organizado por Fabio Samu (Jurisdrama), com palestras e poesias de William da Silva Lima e André Borges. Exibição do filme "Um caminho para a felicidade", de Fabio Samu. 
Foi realizado no dia 12 de fevereiro de 2014 um evento que reunião a declamação de poesias escritas por William da Silva Lima e André Borges e as histórias e contextos do tempo no cárcere, que buscam contribuir para o conhecimento crítico sobre a realidade da vida atrás das grades, a complexidade das diferentes situações que envolvem os presos e suas famílias e a sensibilidade artística como um forte elemento de sobrevivência e integração.
O filme de Fábio Samu tocou forte na sensibilização do público.
Os comentários de Gelsom Rozentino objetivaram levantar mais algumas questões sobre o sistema prisional, o Estado e a Sociedade brasileira.










Reunião geral dos funcionários e coordenadores do Ecomuseu Ilha Grande da UERJ, em 10 de fevereiro de 2014.
Nessa reunião foram apresentadas as realizações do Ecomuseu e das unidades Museu do Cárcere, Museu do Meio Ambiente, Centro Multimídia e Parque Botânico em 2013, as atividades em andamento e as propostas para 2014.
Dentre as ações do Museu do Cárcere previstas para este ano destacam-se a participação na Semana Nacional de Museus (maio) e na Primavera de Museus (setembro), com o IBRAM, organização do Seminário "20 Anos Sem Prisão" (agosto). 












Museu do Cárcere - Ecomuseu Ilha Grande da UERJ - novas instalações inauguradas!


O Museu do Cárcere, núcleo do Ecomuseu Ilha Grande da UERJ, inaugurou em 13 de dezembro de 2012 um novo prédio e novas instalações e exposições, a partir de financiamento da FAPERJ, com a presença do Reitor Ricardo Vieiralves de Castro, do Vice reitor Paulo Roberto Volpato Dias, da Sub-reitora de Extensão Regina Henriques, da Sub-reitora de Pós-graduação e Pesquisa Mônica Heilbron, autoridades e representantes e a comunidade, presente em grande número. O Museu do Cárcere (MuCa) tem como principal objetivo apresentar os principais registros da história e memória do Sistema Penitenciário do Estado do Rio de Janeiro, em especial da Ilha Grande, elementos fundamentais para a compreensão do sistema prisional brasileiro, apresentar ao público visões acerca das políticas carcerárias implementadas ao longo do período Republicano, em especial no Rio de Janeiro, e seus reflexos na sociedade cotidiana.
 Desenvolve atividades de educação formal e não formal junto à comunidade, bem como projetos de preservação, investigação e divulgação dos conhecimentos, patrimônio material e imaterial, suporte de memória social, relacionados à História do Sistema Prisional e da Região.